Arquitetura e Urbanismo
Morte e Vida das Grandes Cidades - Jane Jacobs
O livro é uma critica ao planejamento urbano modernista. A autora critica a forma como a cidade se desenvolveu, o que ela chamou de planejamento urbano ortodoxo, baseado nas utopias como a Cidade Jardim de Howard, Ville Radieuse de Lê Corbusier e a Beautiful City.
A Natureza Peculiar das Cidades - Ruas, Calçadas e Bairros
Jane Jacob mostra que uma rua segura, é uma rua movimentada. No seu livro ela escreve que os donos de estabelecimentos e pessoas na janela são os olhos atentos da cidade, mostrando que lugares onde há pessoas observando o que acontece há menos criminalidade. Em contra partida uma rua deserta torna-se muito perigosa.
A respeito das calçadas, a autora defende calçadas largas, onde as crianças poderiam brincar, para que se criasse uma relação de confiança entre as pessoas, como por exemplo: as pessoas que estão no bar tomando uma cervejam que recebem conselhos do merceeiro, e dão conselhos ao jornaleiro... (JACOBS 1961, pag. 60). Em contraste com isso, ruas e calçadas sem essa relação de "comprometimento pessoal" se tornariam vazias, frias e inseguras.
Nos bairros o ideal seria que não existisse divisão de setores, e que se desenvolvesse uma rede de relações entre as pessoas, e que as pessoas trabalhassem em seus próprios bairros.
Condições para a diversidade urbana
O distrito deve atender a mais de uma função principal. Estas devem garantir a presença de pessoas que saiam de casa em horários diferentes e estejam nos lugares por motivos diferentes (JACOBS 1961, pag. 165). A cidade deve ter diferentes tipos de edificações, raças e níveis sócio econômicos da população para que haja pessoas nas ruas a qualquer hora.
A maioria das quadras dever ser curtas, ou seja, as ruas e as oportunidades de virar a esquina devem ser frequentes (JACOBS 1961, pag. 165). Quadras curtas proporcionam a pessoas poderem transitar por ruas diferentes, não dependendo sempre de uma rua principal, dessa forma o movimento seria destruído, encurtando as distancias e criando diversidade por que geraria usos diferentes de combinações.
O distrito dever ter uma combinação de edifícios com idades e estados de conservação variados e incluir boa porcentagem de prédios antigos (JACOBS 1961, pag 207). A cidade precisa de prédios de todas as idades, para atrair pessoas de rendimentos diversos, sejam eles altos, médios ou baixos. E para atrair pequenas empresas que possam arcar com os custos dos aluguéis.
O distrito precisa ter concentração suficientemente alta de pessoas, sejam quais forem seus propósitos. Isso inclui pessoas cujo propósito é de morar lá (JACOBS 1961, pag. 221). Para a cidade ter diversidade ela precisa ter alta densidade, ou grande concentração de pessoas morando, para que a cidade se desenvolva e traga infraestrutura . Também para que aja pessoas circulando em diferentes horários.
Força de Decadência e Recuperação
É comum vermos bairros, ruas e centros que eram bem sucedidos se degenerarem com o tempo. O que causa a autodestruição da diversidade é o sucesso econômico. Por que a razão da diversidade em determinadas áreas é a oportunidade econômica e a atratividade. Porém quando essa diversidade se desenvolve de maneira descontrolada, muitos dos que competem pelo espaço são vencidos, e abandonam o local tornando-o de uso exclusivo de certo tipo de produtos, fazendo com que o local se torne monótono. A solução para isso não acontecer seria aumentar os impostos dessas áreas e mesclar edifícios públicos e semi públicos.
Lugares onde há usos únicos, tem uma característica comum: formam fronteiras ou limites. Uma área sem empreendimentos econômicos, se torna improdutiva e se deteriora, e torna-se perigosa. A solução seria procurar usos adequados a zona de fronteira e fazer uma relação entre eles, concentrando pessoas perto dessas zonas de fronteira.
Jane Jacobs também se preocupa em apresentar estratégias necessárias para poder financiar as melhorias urbanas e superar os cortiços. Construir conjuntos habitacionais e retirar as pessoas dos cortiços não é a solução. Mas os próprios moradores, por livre escolha com o poder publico deveriam se preocupar e transformar o lugar onde moram.
Para que sejam feitas as intervenções nas cidades é necessário dinheiro, seja ele de créditos de instituições de empréstimos ou aquela que o governo oferece por meio de receita tributaria ou de investimentos do submundo, por assim dizer. Mas o principal problema é a má aplicação desse dinheiro. O capital especulativo é despejado numa área de forma concentrada, produzindo mudanças drásticas. Em contra partida esse capital apenas goteja em localidades não encaradas como prioridade (JACOBS 1961, pag. 327). Em suma, o capital é aplicado em apenas uma parte da cidade onde se possa obter em troca, o lucro.
Táticas diferentes
Para a subvenção de moradias a autora sugere um método chamado de renda garantida. Para aquelas pessoas cujas circunstâncias não permitira pagar por moradias da iniciativa privada. Esse método propiciaria novas construções diversificadas, não padronizadas, em bairros boicotados. Os moradores pagariam um financiamento proporcional a renda em forma de aluguel.
A autora culpa a erosão das cidades aos automóveis. Ela mostra que a solução para o transito não é criar novos sistemas viários ou separar os pedestres dos automóveis, mas sim diminuir o numero de automóveis nas ruas. Ela acrescenta "quanto mais áreas monótonas, planejadas ou espontâneas existirem, maior se torna a pressão do transito sobre os distritos movimentados (JACOBS 1961, pag 397). As pessoas se tornaram dependentes dos automóveis, de maneira a não saírem mais a pé, deixando assim as ruas onde moram vazias.
Jane Jacob mostra que não funciona pensar na cidade ou querer transformá-la numa obra de arte. Mas o ideal é que haja ordem visual nas ruas, ou fazer recortes entre as ruas para que elas não pareçam distantes.
Nos capítulos finais a autora retoma todos os pontos e mostra que a aplicação deles junto com usos combinados é que vão fazer a cidade funcionar. E para isso é preciso ter uma boa gestão e um planejamento competente, junto com inteligência.
É comum vermos bairros, ruas e centros que eram bem sucedidos se degenerarem com o tempo. O que causa a autodestruição da diversidade é o sucesso econômico. Por que a razão da diversidade em determinadas áreas é a oportunidade econômica e a atratividade. Porém quando essa diversidade se desenvolve de maneira descontrolada, muitos dos que competem pelo espaço são vencidos, e abandonam o local tornando-o de uso exclusivo de certo tipo de produtos, fazendo com que o local se torne monótono. A solução para isso não acontecer seria aumentar os impostos dessas áreas e mesclar edifícios públicos e semi públicos.
Lugares onde há usos únicos, tem uma característica comum: formam fronteiras ou limites. Uma área sem empreendimentos econômicos, se torna improdutiva e se deteriora, e torna-se perigosa. A solução seria procurar usos adequados a zona de fronteira e fazer uma relação entre eles, concentrando pessoas perto dessas zonas de fronteira.
Jane Jacobs também se preocupa em apresentar estratégias necessárias para poder financiar as melhorias urbanas e superar os cortiços. Construir conjuntos habitacionais e retirar as pessoas dos cortiços não é a solução. Mas os próprios moradores, por livre escolha com o poder publico deveriam se preocupar e transformar o lugar onde moram.
Para que sejam feitas as intervenções nas cidades é necessário dinheiro, seja ele de créditos de instituições de empréstimos ou aquela que o governo oferece por meio de receita tributaria ou de investimentos do submundo, por assim dizer. Mas o principal problema é a má aplicação desse dinheiro. O capital especulativo é despejado numa área de forma concentrada, produzindo mudanças drásticas. Em contra partida esse capital apenas goteja em localidades não encaradas como prioridade (JACOBS 1961, pag. 327). Em suma, o capital é aplicado em apenas uma parte da cidade onde se possa obter em troca, o lucro.
Táticas diferentes
Para a subvenção de moradias a autora sugere um método chamado de renda garantida. Para aquelas pessoas cujas circunstâncias não permitira pagar por moradias da iniciativa privada. Esse método propiciaria novas construções diversificadas, não padronizadas, em bairros boicotados. Os moradores pagariam um financiamento proporcional a renda em forma de aluguel.
A autora culpa a erosão das cidades aos automóveis. Ela mostra que a solução para o transito não é criar novos sistemas viários ou separar os pedestres dos automóveis, mas sim diminuir o numero de automóveis nas ruas. Ela acrescenta "quanto mais áreas monótonas, planejadas ou espontâneas existirem, maior se torna a pressão do transito sobre os distritos movimentados (JACOBS 1961, pag 397). As pessoas se tornaram dependentes dos automóveis, de maneira a não saírem mais a pé, deixando assim as ruas onde moram vazias.
Jane Jacob mostra que não funciona pensar na cidade ou querer transformá-la numa obra de arte. Mas o ideal é que haja ordem visual nas ruas, ou fazer recortes entre as ruas para que elas não pareçam distantes.
Nos capítulos finais a autora retoma todos os pontos e mostra que a aplicação deles junto com usos combinados é que vão fazer a cidade funcionar. E para isso é preciso ter uma boa gestão e um planejamento competente, junto com inteligência.
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